Projeto científico foi selecionado para representar Goiás na II Feira de BioInovação Territórios do Brasil, que será realizada em novembro, na Bahia

Um projeto desenvolvido no Centro de Ensino em Período Integral (Cepi) Osvaldo da Costa Meireles, em Luziânia, conseguiu unir ciência, sustentabilidade e criatividade. Sob a orientação da professora de Biologia, Gabrielle Rosa Silva, o estudante Thiago Alves dos Santos desenvolveu um tecido produzido a partir do bagaço da cana-de-açúcar.

A professora Gabrielle comenta que o processo de produção do tecido começa de forma simples, com a coleta do bagaço de cana-de-açúcar, material que seria descartado por produtores locais de caldo de cana.

Depois disso, o material passa por higienização, secagem e trituração antes de ser submetido à extração da celulose. Essa última etapa dura cerca de 3 horas e utiliza água e soda cáustica sob temperatura constante de 80ºC para quebrar os compostos orgânicos e liberar a celulose.

“Ao final da extração, o líquido obtido passa por um processo de neutralização do pH, onde é adicionado vinagre (ácido acético) até atingir um pH neutro. Após isso, descartamos o líquido e mantemos apenas a celulose sólida”, explica a professora.

Maciez e resistência

Segundo Gabrielle, como a celulose fica escura após esse processo, é necessário realizar a clarificação com água oxigenada e depois secar novamente. Em seguida, tem início a preparação do tecido.

Em um recipiente de vidro com base plana usado em laboratórios (béquer) são adicionadas água, soda cáustica e uréia. “Então deixamos essa mistura atingir -10 °C no congelador, formando uma solução viscosa, etapa que chamamos de dissolução da celulose, afirma a professora.

De acordo com ela, o resultado da experiência surpreendeu. “O tecido obtido apresentou toque macio parecido com a seda e aparência semelhante ao algodão, com boa absorção e resistência, além de ter se mostrado compatível com tingimentos naturais”.

A professora explica que a ideia de criar o tecido foi sugerida pelo estudante Thiago durante uma aula da eletiva de Biotecnologia. O trabalho, que alia pesquisa científica e consciência ambiental, foi selecionado para representar Goiás na II Feira de BioInovação Territórios do Brasil (FBioT Brasil), que será realizada entre os dias 27 e 30 de novembro, no Instituto Federal Baiano (Campus Uruçuca), na Bahia.

Ciência na prática

Gabrielle ressalta que o projeto demonstra como o conhecimento científico pode ser aplicado de forma criativa e sustentável. “A ideia era mostrar aos estudantes que a ciência está ao nosso redor e que é possível criar soluções reais para problemas ambientais usando recursos simples e acessíveis”, completa. ela. (Texto: Maria José Rodrigues / Fotos: Divulgação)



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