Um projeto ambiental desenvolvido por alunos da Escola Estadual Professora Alzira Valle Rolemberg com objetivo de contribuir para a revitalização do córrego Piedadinha, na cidade de São José do Rio Preto, foi transformado em projeto de lei e aprovado por unanimidade na Câmara Municipal. Concebida a partir de atividades desenvolvidas por alunos do 6º ao 9º ano do Ensino Fundamental nas aulas de geografia voltadas às temáticas de meio ambiente e sustentabilidade, a iniciativa prevê a proteção das abelhas, o incentivo à apicultura e meliponicultura e a educação ambiental nas escolas.

“Analisando como se dava o manejo das abelhas existentes ao longo da mata ciliar do córrego e considerando sua importância para a restauração e manutenção dessa vegetação, tivemos a ideia de criar uma lei para proteger esses insetos e, adicionalmente, incentivar a apicultura e a meliponicultura, além de promover a educação ambiental nas escolas”, explica a professora de geografia da unidade e idealizadora do projeto de recuperação do córrego, Sandra Zanatta. “Foi um trabalho desenvolvido com o objetivo de potencializar e incentivar o protagonismo dos nossos alunos e a compreensão de que podem criar um projeto de lei, exercer a cidadania e atuar de forma participativa junto à Câmara, além da capacidade de buscar parcerias para realizar ações coletivas envolvendo a comunidade”, afirma a docente.

Conseguir fazer com que sua colaboração no projeto de recuperação da mata ciliar do córrego e de proteção da natureza se transformasse em um projeto de lei foi algo importante para o aluno do 9º ano, Lucas Gabriel Carmo de Oliveira, de 14 anos de idade. “Fiquei muito feliz em saber que uma ideia simples pode virar algo tão importante. Eu aprendi que, quando temos boas ideias e coragem para compartilhá-las, coisas incríveis acontecem. Saber que a nossa voz foi ouvida e virou lei, isso eu nunca mais vou esquecer”, conclui.

Participar na elaboração de um projeto de lei também foi uma experiência transformadora para a estudante do 7º ano do Ensino Fundamental, Kátia Alice Rodrigues Rocha Mendes, de 12 anos de idade, para quem, mais do que um aprendizado, representou um marco em sua história. “Quando começamos a falar sobre a importância das abelhas para o meio ambiente, eu nunca imaginei que aquilo poderia se tornar uma lei de verdade. Ver que a nossa ideia foi ouvida e aprovada é uma sensação de orgulho imenso”, conta a aluna. “Essa vivência me mostrou que, como estudante da rede pública, eu posso ser protagonista de mudanças reais na sociedade. Aprendi que a cidadania não se limita à sala de aula, ela se pratica na comunidade, no cuidado com o meio ambiente e nas decisões que impactam a vida de todos”, orgulha-se a estudante.

O mesmo sentimento foi compartilhado pela aluna Giovana Saboia Santos, de 12 anos de idade, matriculada no 7º ano. “Aprendi muito, fiquei mais interessada nas aulas e mais confiante em mim mesma”, celebra. “Foi uma experiência que vou levar pra vida toda, porque me mostrou que eu posso ser uma cidadã de verdade e ajudar a cuidar do lugar onde vivo”, conclui. 

Instalação de colmeias

Desde junho de 2022 à frente do projeto de recuperação do córrego Piedadinha, alunos da EE Alzira Valle Rolemberg, liderados pela professora Sandra, já fizeram o plantio de mais de 600 mudas de espécies nativas do cerrado e da Mata Atlântica, entre outras atividades em parceria com a prefeitura e a comunidade local.  

Em junho do ano passado, os estudantes participaram de uma palestra sobre a importância das abelhas no ecossistema e o risco que a crise climática traz a esses insetos, quando puderam instalar colmeias de abelhas Jataí — uma abelha sem ferrão — nas margens do córrego com apoio do projeto Melibilce, o meliponário do Instituto de Biociências, Letras e Ciências Exatas (Ibilce) da Universidade Estadual Paulista (Unesp) de São José do Rio Preto.

Foi a partir da identificação da importância das abelhas para o ecossistema em torno do córrego que os estudantes desenvolveram o texto justificando a importância da educação ambiental e da proteção das abelhas e apresentaram a proposta na câmara municipal, que foi aprovado por unanimidade e transformado em uma proposta de projeto de lei. A proposta aguarda sanção da Prefeitura Municipal para criação de uma lei que regulamente o assunto.





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